O SINTRASE se deslocou nesta segunda, 11, até o município de Pinhão para pegar de surpresa o governador Jackson Barreto que, de acordo com a agenda do governo, estaria pela manhã na cidade para inaugurar uma delegacia.
“Viemos tentar o diálogo com o governador e lembrá-lo sobre a realidade dos servidores estaduais, que sofrem todo mês com datas incertas de pagamento, parcelamentos e defasagem salarial”, justificou o presidente, Diego Araujo. “Neste mês, o governo resolveu dar o seu ‘presente de natal’ ao servidor, prolongando o atraso de salário, jogando o pagamento para o dia 12 e voltando a parcelar ”, declarou.
Os manifestantes também estavam indignados com o discurso do governo sobre o pagamento do 13º salário. “Jackson espalhou uma grande falácia sobre o décimo. A gratificação foi sim parcelada e este método vem acontecendo há três anos sem que haja uma evolução. O acesso a ela por um empréstimo bancário e em nome do servidor é um completo absurdo que o governo tenta amenizar com discursos que a categoria está cheia de escutar”, desabafou o dirigente. “O governador mentiu ao afirmar categoricamente para os populares que o nosso décimo estava na conta. Várias reclamações chegaram hoje ao sindicato de servidores que não conseguiram contrair o empréstimo”, declarou.
O evento, que contou com a presença de políticos e membros do governo, sofreu ao longo da solenidade várias intervenções do sindicato e trabalhadores. Ao uso de microfone e carro de som, os manifestantes fizeram muito barulho com o protesto em frente ao novo prédio, que chamou a atenção e contou com adesão de parte dos populares.
“Esta seria uma boa oportunidade para que JB, enfim, visse os trabalhadores, escutasse as reivindicações pessoalmente e dialogasse com eles. Pedimos em alto e bom som a presença do governador para que, após a inauguração, viesse falar conosco, mas fomos completamente ignorados”, completou o dirigente. Após o descerramento da placa de inauguração, o governador, que demonstrou incômodo com a presença dos manifestantes, partiu para Aracaju sem falar com os servidores.
“Encontramos esta forma de ‘protesto surpresa’ para que o objetivo de luta da categoria seja transparente e direto, sem que JB esqueça as pautas dos trabalhadores. Queremos avançar nos diálogos, em especial, sobre a regularização do reajuste dos servidores, que há mais de cinco anos não recebem a reposição. Precisamos bater nesta tecla mais uma vez porque a situação do servidor piora a cada ano. Mais de 2.500 servidores efetivos em Sergipe ainda ganham menos de um salário mínimo por mês e, infelizmente, o governo parece preferir partir para o desgaste”, finalizou.
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