A ganância privatista vai dando conta de que o lucro e ganho farto estão acima de tudo e de todos e de qualquer preocupação com a proteção do meio ambiente, a flora e fauna e a vida dos seres humanos. Já somam 60 mortos e cerca de 292 pessoas desaparecidas, segundo dados do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais em seu último boletim.
Em nota oficial, o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, afirmou que a tragédia representa um dos mais graves eventos de violação às normas de segurança do trabalho na história da mineração no Brasil. Uma “tragédia demonstra a precariedade das condições de trabalho a que estão expostos os trabalhadores no Brasil”, denunciou a nota do Ministério Público do Trabalho (MPT) ao afirmar que irá realizar um diagnóstico do crime socioambiental de Brumadinho, com vistas à apuração de responsabilidades criminal, civil e trabalhista.
A Vale, antes chamada de Companhia Vale do rio Doce (CVRD), foi fundada em 1942 pelo então presidente Getúlio Vargas, sob de que a Vale dava prejuízo ao país, em 1997, o então presidente Fernando Henrique Cardoso, privatizou a estatal que hoje está entre as maiores mineradoras do mundo e abocanha lucros da 17 bilhões de reais, a coloca entre as maiores mineradoras do mundo.
Descaso
Os números de Brumadinho não são apenas os maiores, eles revelam descaso total com a população e os trabalhadores e trabalhadoras que trabalhavam no momento do rompimento da barragem. Esse crime comprova que estamos diante de um sistema faligo que não tem compromisso com o nosso povo e que, desde Mariana, não foi enfrentado e muito menos julgado e condenado pelas vidas perdidas e os severos danos ambientais.
Uma tragédia anunciada, sobretudo após Mariana, Brumadinho é fruto de um modelo de exploração colonial latino-americana liderado por uma parcela da sociedade que tem como expressões mais conhecidas as privatizações, o lucro e a exploração predatória, que coloca os interesses privados e os lucros das mineradoras acima da vida, do meio ambiente e do bem comum. Tudo isso com a cumplicidade do poder público que está a serviço do poder econômico.
Resistir a todo custo!
A hora deve ser de mudança pelos mortos, pelos que resistem e pelos que ainda sofrem com as consequências de crimes como o que foi cometido em Brumadinho. A impunidade do crime de Mariana dá mais espaço e oportunidade para outros crimes. Queremos Justiça e punição por Brumadinho, Mariana, Marielle e muitos outros!
Entendemos que uma sociedade se constrói para cidadãos, não contra eles. Lutaremos, porque está claro que impunidade é o custo da irracionalidade.
São Paulo, 27 de janeiro de 2019
Adilson Araújo
Presidente Nacional da CTB
*Atualizada em 28/01/2019, às 10h57
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