Descumprindo o prazo firmado com o SINTRASE de entregar o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) à Câmara Municipal neste mês, a prefeitura de Nossa Senhora das Dores foi tomada por gritos de protestos na manhã desta quarta, 21. Os servidores da base municipal, cansados da demora e dos discursos do prefeito, Dr. Thiago, realizaram mais uma manifestação para cobrar a aprovação e implantação do Plano.
O PCCV completou um ano de sua revogação no mês passado e o novo projeto de lei, que contempla servidores de todas as categorias do município (excetuando o magistério), ainda não foi finalizado pelo prefeito. Em reunião com o sindicato no início do ano, a promessa firmada por Thiago era que a proposta final seria protocolada na Câmara até 19 de fevereiro. “Aguardamos a data limite sugerida na reunião pelo próprio prefeito para realizarmos o ato, caso o PCCV não fosse enviado. Infelizmente, foi desta forma que acabou acontecendo e não nos restou outra opção”, explicou o presidente do SINTRASE, Diego Araujo.
Carnaval prolongado – Segundo informações dos presentes no ato, Dr. Thiago encontra-se fora da cidade. “A preocupação do prefeito com os servidores e com o serviço público em geral é tão significativa que o mesmo não apareceu para honrar o compromisso e, pelo que consta, resolveu prolongar o feriado de carnaval porque para ele as coisas estão indo muito bem, né?”, retrucou o dirigente. O sindicato tentou ainda nesta quarta contato com o prefeito, mas não obteve sucesso.
Após a manifestação, o SINTRASE protocolou um ofício na Câmara de Vereadores para solicitar uma explanação na tribuna. “Estamos recorrendo ao apoio dos parlamentares para levar a indignação e a angústia dos trabalhadores e trabalhadoras a diante”, informou a representante da subsede, Marleide Vieira. Ao que tudo indica, a sessão com a presença do sindicato deve acontecer no próximo dia 28, mas a data ainda será confirmada pela Casa.
Marcaram presença no ato as dirigentes Elma Andrade e Fernanda Carvalho.
Impacto financeiro ou falta de vontade?
A comissão formada para criação do Plano estava com os trabalhos “emperrados” desde 2017 porque não havia um estudo de impacto financeiro que mostrasse as alterações previstas com o PCCV na folha de pessoal de Dores. Para resolver este impasse e otimizar o Plano, o SINTRASE, de forma independente, contratou uma assessoria especializada para calcular os novos gastos. “Com o PCCV, a prefeitura teria um impacto mensal na folha de cerca de R$56 mil, um valor irrelevante para os cofres municipais, mas que faria uma boa diferença para os servidores”, avaliou Diego.
O presidente foi mais a fundo na crítica contra Dr. Thiago. “Este impacto tem o custo que a prefeitura cobre, por exemplo, os gastos somente dos salários do prefeito e dos seus parentes, como a mãe, o pai e o tio, que têm cargos comissionados no quadro de Dores”, declarou o dirigente. “Não nos resta dúvidas que falta a Thiago não só uma capacidade de gestão transparente para com os trabalhadores e trabalhadoras, mas também, vontade política em viabilizar a aprovação do PCCV, que foi revogado ainda nos primeiros dias de seu mandato com a promessa de ser refeito e implementado”, finalizou Diego.
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