Os petroleiros iniciaram na madrugada deste sábado (1) greve por tempo indeterminado no Sistema Petrobrás. A mobilização começou forte em nove estados do país.
A categoria cobra a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), que afetarão mais de mil famílias. Os petroleiros também querem o estabelecimento imediato de um processo de negociação com a empresa, que cumpra de fato o que prevê o Acordo Coletivo de Trabalho, com suspensão imediata das medidas unilaterais tomadas pela gestão e que estão afetando a vida de milhares de trabalhadores.
Entre as 23h de sexta (31/01) e a zero hora de sábado (01/02), não houve rendição nos turnos de 11 unidades de refino e produção de derivados de petróleo da Petrobrás, nem em três terminais da Transpetro. Veja quadro abaixo.
Pela manhã, os trabalhadores do Rio Grande do Sul, do Espírito Santo e do Norte Fluminense se somam à greve.
Direção da FUP ocupa Edise para buscar interlocução com a Petrobrás
Uma comissão de negociação da FUP, formada por cinco dirigentes da entidade, está desde às 15h de sexta-feira(31/01), ocupando a sala de reuniões do quarto andar do edifício sede da Petrobrás, na Avenida Chile, no Rio de Janeiro (Edise). O objetivo é pressionar a gestão a negociar com a entidade alternativas que evitem as demissões na Fafen-PR e faça a empresa a abrir um canal de negociação que de fato resolva as pendências do ACT.
Gestão da Fafen-PR provoca acidente
Por volta das 22h45 de sexta (31/01), a sirene da Fafen-PR foi acionada, em função de um vazamento de amônia, que aumenta a insegurança dos trabalhadores e pode atingir a comunidade de Araucária. O acidente foi provocado pela decisão irresponsável da gestão de parar a caldeira que mantém a fábrica operando e, assim, acelerar a paralisação da unidade, à revelia dos alertas dos trabalhadores, que vêm ocupando há 12 dias a Fafen-PR para evitar o seu fechamento e as demissões que atingirão mil famílias.
Onde os petroleiros já começaram a greve?
Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco (Rnest)
Terminal Aquaviário de Suape, em Pernambuco
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste, no Ceará (Lubnor)
Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro (Reduc)
Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná (Repar)
Fábrica de Xisto, no Paraná (SIX)
Terminal de Paranaguá, no Paraná (Tepar)
Terminal de São Francisco do Sul, em Santa Catarina (Tefran)
Refinaria de Paulínia, em São Paulo (Replan)
Refinaria de Capuava, em Mauá/São Paulo (Recap)
Refinaria Landulpho Alves, na Bahia (Rlam)
Refinaria de Manaus, no Amazonas (Reman)
Refinaria Gabriel Passos, em Minas Gerais (Regap)
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, no Paraná (FafenPR/Ansa)
O que querem os petroleiros?
> Suspensão da demissão em massa dos trabalhadores da Fafen-PR, prevista para ter início no dia 14 fevereiro;
> Suspensão das medidas unilaterais que contrariam o ACT e os fóruns de negociação:
# Implantação unilateral das tabelas de turno de 3×2, em ciclos de 5 dias
# Posicionamentos equivocados de cartões de ponto para apuração da hora extra da troca de turno
# Fim do interstício total e exigência dos trabalhadores chegarem na madrugada,
# Transferências de trabalhadores sem negociação com os sindicatos
# Ataques à AMS e à PLR, com imposições de decisões à revelia do ACT e da legislação
> Estabelecimento imediato de um processo negocial sobre todos estes pontos, com duração mínima de 30 dias;
> Que não haja condicionamento de renúncia de direitos ao avanço das tratativas
A pauta de reinvindicações foi apresentada à Gerência de Gestão de Pessoas da Petrobrás em reunião na sexta (31/01).
Abastecimento garantido
Mesmo com a greve, os petroleiros garantem que vão manter o abastecimento de combustíveis, para não prejudicar a população. A categoria vai aproveitar o movimento e dar continuidade à campanha “Privatização da Petrobrás: isso é da sua conta”, iniciada em novembro de 2019, para alertar a sociedade sobre os prejuízos que a população vem amargando com o desmonte da empresa. A política de reajustes de combustíveis mantida pela atual gestão pesa no bolso dos consumidores, assim como o fechamento das fábricas de fertilizantes e a venda de refinarias, terminais, oleodutos, campos de petróleo, usinas de biodiesel e de diversos outros ativos do Sistema Petrobrás.
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